Nata 17 de fevereiro de 2012.
Queridos amigos do FOGEM,
Estando saindo da gestão por motivos de exoneração em massa de gestores e gestoras de CMEI na data de hoje e, venho através desta, despedir-me dessa categoria e de alguns amigos em especial que por diversas vezes tentou aqui se fazer “grupo” , tentou manter dentro desse caos que se instalou na nossa educação um Fórum de gestores para discutir os nossos direitos e caminhos para alcançar a qualidade nas escolas.
Sou testemunha que por diversas vezes conseguimos ser “grupo”, quando nos reunimos para socializar a luta de cada um, as angustias e as estratégias para superar as adversidades que tem sido muita nas escolas e CMEIS, principalmente nessa gestão municipal que hora somos sujeitos. Levo boas recordações desses momentos.
Assisti, com orgulho, tentativas de pessoas como Milton, Wendell, Christyan e outros amigos, com o respaldo da nossa confiança, de representar a nossa categoria diante da Secretaria Municipal de Educação. Todavia, lamento que, até isso, foi politicamente desarticulado quando começou a se usar o “FOGEM” apenas para repassar os “recados” da SME, com o pretexto de havermos nos tornados parceiros. Do nosso lado, creio firmemente, na intenção de colaborar, do lado de lá, tenho a certeza, da intenção de manipular e desestruturar o nosso fórum.
Embora nunca existindo oficialmente e essa foi sempre a maior de nossas falhas, o FOGEM é para todos os que estão assumindo uma administração escolar, uma “ideia” ou um “ideal”, uma possibilidade de integração, de luta e discussões a respeito da qualidade de gestão que está sendo realizada nas nossas escolas e CMEIS. O FOGEM existe a todo o momento em que se reúnem pessoas que acreditam nisso e que se unem para planejar estratégias de enfrentamento às dificuldades e de aperfeiçoamento da arte de gestar um espaço onde a educação acontece.
Espero que um dia o FOGEM venha a tornar-se uma instituição forte, capaz inclusive de lutar contra uma injustiça como essa, de exonerar gestores de instituições de ensino, que vinham cumprindo o seu papel com empenho e competência. Mesmo sendo alegando o direito da Prefeita sobre os cargos, não há justificativa para tais exonerações a não ser as manobras politicas que pretendem instaurar dentro da nossa rede de ensino, transformando CMEIS em “currais eleitorais”.
Quem sabe um dia se compreenda que representar o povo ou uma categoria não significa tomar atitudes pessoais ou partidárias, mas ouvir aqueles que os escolheram para estar lá e ser um porta-voz das suas ideias e reivindicações. Nesse caso, o Secretário da Educação já deixou claro que a comunidade não tem nenhum direito de opinar.
Quero deixar claro que saio realizada no trabalho que me propus fazer, um trabalho que pode ser avaliado por qualquer pessoa que visitar o CMEI que administrei ou conversar com alguém que me conheceu de perto durante essa jornada. Não há nada que possa abalar a minha integridade ou por em duvida a minha competência.
E, por ultimo, não poderia ser diferente, gostaria de chamar para a luta. Esse não é o momento de abandonar os que caem, ou melhor, os que são derrubados. Quem se isenta, ainda que por motivos particulares, de participar de um momento como esse, tenha a certeza de que está compactuando e aprovando a forma como estão administrando a rede publica de educação na nossa cidade.
Nesse dia 22 de fevereiro (quarta-feira), por ocasião da abertura da JENAT, um protesto está sendo organizado pela comunidade natalense e pelos professores, na frente do CEMURE. A hora é agora, depois de nada adiantará o lamento.
Um abraço e até breve.
Ivana Maria de Lucena Silva
(Ex-diretora do CMEI Saturnina Alves de Lucena)