quinta-feira, 17 de março de 2011

DN divulga situação de escolas da PMN

17/03/2011 - 07:54 | Atualizada em: 17/03/2011 às 07:54

Alunos das escolas municipais sofrem com falta de professores e infraestrutura

Por Francisco Francerle do DIÁRIO DE NATAL

Se a greve dos professores municipais terminar hoje, muitas escolas e centros de educação infantil da rede municipal de Natal não têm condições de começar o ano letivo, 25 dias após o início do movimento grevista, devido aos inúmeros problemas de infraestrutura que têm se acumulado nos últimos anos. Falta quase tudo: professor, auxiliar, merenda, material pedagógico e de expediente, carteiras, fardamento e dinheiro na escola para providenciar pequenos consertos na estrutura física, além de muitos prédios serem alugados e o pagamento se encontrar em atraso já há vários meses.

Na Escola Municipal Zuleide Fernandes, no conjunto Parque das Dunas, o cartaz de boas-vindas afixado na porta entrada ainda vai levar um tempo para ser lido pelos 675 alunos de estabelecimento. Além da falta de merenda e material pedagógico, lá o maior problema é com a falta de professores para começar o ano letivo. De onze salas em cada turno, a escola só tem três professores.

"Asituação tem deixado a direção simplesmente às tontas sem saber mais o que dizer aos pais", reclama a dona de casa Neusa Tavares Monteiro, mãe de Rafael Tavares, 9, aluno do 3º ano do ensino fundamental. Outra mãe, Alessandra Costa da Silva, mãe de Marcos Eduardo Costa, 11, disse que desde o ano passado a prefeitura de Natal não distribui fardamento nem material escolar e teme que, este ano, a situação se repita, dificultando mais ainda a situação das famílias que dependem deste apoio do poder público.

Na Escola Municipal Almerinda Bezerra Furtado, no bairro dos Guarapes, que atende crianças de 1º ao 5º ano do ensino fundamental, os professores já voltaram ontem da greve, mas a merenda só durou um dia. Hoje, os cerca de 1.200 alunos não terão direito à alimentação porque além de faltar ingredientes essenciais para as refeições, o gás também acabou. A escola ainda necessita de mais oito professores.

Após assistir à queda de telhas de zinco do teto da quadra de esportes, culminando com a interdição do Corpo deBombeiros, ainda hoje a Escola Municipal Palmira de Souza espera que a Secretaria Municipal de Educação (SME) mande consertar o teto que ameaçava a segurança dos mais de 600 alunos matriculados.

CMEIS

Os problemas na rede municipal de ensino não se resumem apenas às escolas do ensino fundamental. Os Centros de Educação Infantil (CMEIS) padecem de providências urgentes para também começarem o ano letivo. Para se ter uma ideia, em vários CMEIS os professores não aderiram à greve, mas não tiveram condições de funcionar devido à falta de educadores infantis e auxiliares, além de insumos para a merenda que inviabilizam a permanência das crianças de tempo integral.

O CMEI Padre Sabino Getille, no conjunto Parque das Dunas, também passa por problemas para funcionar normalmente. Dos 308 alunos matriculados, 112 estão sem poder comparecer devido à falta de professores e auxiliares, além de merenda. "Infelizmente, começamos a atender ontem apenas a turmas parciais, compostas de alunos que não passam o dia inteiro na escola. Precisamos de pelo menos seis educadores infantis e mais sete auxiliares para atender turmas de alunos na faixa de 6 meses a 3 anos", explicou a diretora Elizângela Gurgel.

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